Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Anemia hemolítica após infusão de imunoglobulina intravenosa em escolar com miastenia gravis

Navi, N.P.; Santos, L.P.B.; Lombardi, P.I.M.L.; Arbex, M.B.B.; Simoes, P.F.; Fernandes, R.B.A.; Soares, M.V.; Guerra, I.P.; Luz, C.A.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p107, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: O uso da imunoglobulina intravenosa (IgIV) é indicada em diversas situações, tanto para reposição nas deficiências de imunoglobulinas quanto em terapêuticas imunomoluduladoras. Efeitos adversos podem ocorrer em até 20% dos casos, sendo a maioria leve e transitório, tais como mialgias, febre, náuseas, vômitos, hipotensão, taquicardia e cefaléia. Estes se iniciam durante ou logo após a infusão, e normalmente são controlados diminuindo a velocidade de infusão ou interrompendo o uso. Entretanto, efeitos mais graves podem ocorrer como anafilaxia, tromboembolias, complicações renais, hemólise e neutropenia.
OBJETIVO: Alertar sobre um dos efeitos graves da imunoglobulina.
MATERIAL E MÉTODO: W.S.C., sexo masculino, 12 anos, com miastenia gravis há dois anos e internado para realização de timectomia. No pré-operatório, realizou dois dias de IgIV 1g/kg/dia (total 150g). O paciente apresentou-se ictérico após 36h do término da infusão, sendo solicitados exames laboratoriais. Nos resultados observou-se anemia, aumento dos reticulócitos, hiperbilirrubinemia indireta, elevação de LDH, Coombs direto positivo, caracterizando anemia hemolítica. Foi prescrito prednisona 1mg/Kg/dia por quatro semanas. Evoluiu com diminuição progressiva da hemoglobina até sete dias após a infusão da imunoglobulina (queda total de 4,9mg/dL) e interrupção da hemólise após seis dias de uso do corticoide.
RESULTADOS: A hemólise intravascular após infusão de IgIV, com Coombs direto positivo é pouco frequente. Seu mecanismo ocorre pela ação dos anticorpos contra o sistema ABO e Rh que podem estar contidos na IgIV. Os fatores de risco já identificados que parecem estar relacionados à hemólise são: altas doses de IgIV (>100 gramas em 2 a 4 dias), grupos sanguíneos A ou B, marcador inflamatório positivo e sexo feminino. A queda total da hemoglobina, em média, é de 3,2mg/dL, podendo ser observada até 10 dias após a primeira infusão de IgIV.
CONCLUSÃO A IgIV contém anticorpos que podem causar diversos efeitos colaterais, incluindo anemia hemolítica. Cabe ao clínico saber identificá-los e conduzi-los de forma adequada.

 

Responsável
PEDRO IVO DE MOURA LEITE LOMBARDI


Palavras-chave:

Diagnóstico tardio de doença de Hirschprung: relato de caso

Guerra, I.P.; Firme, L.H.C.; Souza, L.C.M.R.; Arbex, M.B.B.; Simoes, P.F.; Fernandes, R.B.A.; Soares, V.K.; Oliveira, V.F.; Navi, N.P.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p71, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A Doença de Hirschprung (DH) caracteriza-se pela ausência de células ganglionares no plexo submucoso e mioentérico, em variadas porções do intestino, sendo causa relativamente comum de obstrução intestinal em neonatos e megacólon em crianças e adultos. Sua incidência é de cerca de 1/5000 nascidos vivos e acomete predominantemente o sexo masculino na razão de 4/1.
OBJETIVO: Alertar o pediatra quanto ao diagnóstico tardio desta doença e suas possíveis consequências.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente do sexo feminino, 11 anos, branca, emagrecida (IMC = 14,5 kg/ m2), com queixa de constipação crônica, palidez e distensão abdominal. História de internação prévia com quadro clínico semelhante e duas hemotransfusões. Ao exame físico, apresentava-se em anasarca, hipocorada, com distensão abdominal e massa móvel palpável em FID. Exames laboratoriais evidenciaram anemia microcítica e hipocrômica (HB:5,7 g/dl; HT: 24,1 %; VCM: 59,2 mm3; HCM:14,0 pg) e hipoalbuminemia (1,95 g/dl). Realizou-se enema opaco sem preparo observando-se segmento proximal distendido (megacólon) e estreitamento da área de transição. A Biópsia de mucosa retal confirmou ausência de células ganglionares. A laparotomia foi realizada para ressecção do segmento agangliônico e colostomia. Durante acompanhamento ambulatorial, em dois meses evoluiu bem, com ganho ponderal (IMC = 17,1 kg/ m2) e sem complicações pós-operatórias.
RESULTADOS: A DH também é conhecida como Megacólon Aganglionar Congênito, embora se saiba que o megacólon é uma manifestação secundária, que ocorre quando o diagnóstico é tardio, como foi no caso desta paciente.
CONCLUSÃO Cabe ao pediatra estar alerta às manifestações da doença, com a finalidade de diagnóstico e tratamento precoces, diminuindo as complicações de uma intervenção tardia, o que é fundamental para bom prognóstico do paciente.

 

Responsável
LIVIA HONORATO COSTA FIRME


Palavras-chave:

Esporotricose: importância clínica-epidemiológica

Firme, L.H.C.; Navi, N.P.; Oliveira, V.F.; Guerra, I.P.; Simoes, P.F.; Lombardi, P.I.M.L.; Fernandes, R.B.A.; Soares, M.V.; Soares, V.K.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p72, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix Schenckii, e tem como principais fontes de infecção: felinos domésticos, vegetais e solo. Detectam-se, vez por outra, surtos epidêmicos, tal como evidenciado no sudeste brasileiro, entre 1997 e 2007, em felinos, caninos e humanos. É uma doença confundida com outras lesões de pele e isto retarda o início do tratamento.
OBJETIVO: Alertar quanto aos aspectos epidemiológicos, clínicos e preventivos desta doença.
MATERIAL E MÉTODO: J.D.C., dez anos, sexo masculino, reside em São Gonçalo - RJ. Há dois meses, iniciou lacrimejamento à esquerda e hiperemia ocular. Evolui com edema, hiperemia infraorbitária ipsilaterais e nódulos faciais, cervicais, membros superiores e inferiores. Nega febre e picadas de insetos. Foi tratado com diferentes esquemas de antibiótico, sem melhora. Internado no HUAP. Ao exame: abscesso flutuante infraorbitário à esquerda, drenagem espontânea e dor à palpação. Nódulos fibroelásticos, indolores, contorno regular, localizados em região maxilar, ângulo mandibular, antebraço esquerdo e membros inferiores. Mora em casa com quintal arborizado e convive com gatos de estimação. Hemograma completo normal, anti-HIV negativo. Biópsia de perna direita: eritema nodoso. Biópsia de lesão infraocular: Esporotricose. Paciente iniciou tratamento com Itraconazol. Mãe e irmão sob investigação.
RESULTADOS: A lesão primária da esporotricose pode ulcerar, tornando-se verrucosa, enquanto as secundárias ascendem ao longo dos linfáticos que drenam a área, ocasionando nódulos indolores que liberam secreção e ulceram. No relato, a lesão primária manifestou-se em região ocular e as secundárias apresentaram-se como nódulos subcutâneos em diferentes locais. A doença já se tornou um sério problema de saúde pública em algumas regiões do estado do Rio de Janeiro, onde mora o paciente.
CONCLUSÃO A população deve ser educada quanto aos riscos do contato íntimo com animais de estimação. A doença cutânea precisa ser investigada afim de não retardar o tratamento e é importante atentar aos surtos epidêmicos.

 

Responsável
LIVIA HONORATO COSTA FIRME


Palavras-chave:

Relato de caso: carcinoma epidermoide de nasofaringe em paciente pediátrico

Santos, L.P.B.; Soares, V.K.; Guerra, I.P.; Soares, M.V.; Cestari, A.B.C.S.S.; Souza, L.C.M.R.; Arbex, M.B.B.; Simoes, P.F.; Fernandes, R.B.A.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p70, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: Neoplasias de nasofaringe são raras na pediatria, porém graves. Caracterizam-se por sinais e sintomas inespecíficos, semelhantes a quadros infecciosos e alérgicos. O diagnóstico deve ser suspeitado na presença de linfonodomegalias cervicais uni ou bilaterais com características metastaticas ou refratárias à antibioticoterapia.
OBJETIVO: Alertar quanto ao raciocínio diagnóstico frente a massas cervicais.
MATERIAL E MÉTODO: T.V.F.S., sexo feminino, nove anos, previamente hígida, apresenta há 40 dias cefaléia, adinamia, anorexia e tumoração cervical bilateral, endurecida e dolorosa, de tamanho progressivo, refratária à antibioticoterapia. Ao exame: BEG, corada, afebril, obstrução nasal e roncos noturnos. Massa cervical posterior bilateral, aderida e pétrea, 4cm à direita e 2cm à esquerda, discreta dor à palpação, sem sinais flogísticos. Sem demais alterações. Hemograma normal, PCR e VHS discretamente aumentadas. Sorologias para TORCH e HIV negativas, PPD não reator. Videolaringoscopia: vegetações adenoideanas aumentadas, obstruindo 80% da via aérea. Tomografia cervical: Formação expansiva em parede retrofaríngea posterior invadindo seio esfenoidal, acentuada redução das colunas aéreas da naso e orofaringe. Biópsia: Carcinoma escamoso pouco diferenciado em tecido fibroso. Encaminhada ao INCA para quimiorradioterapia.
RESULTADOS: O carcinoma nasofaríngeo é uma neoplasia maligna epitelial correspondente a menos de 1% dos tumores em menores de 20 anos, todavia, porém, representa 1/3 das neoplasias nasofaríngeas nesta faixa etária. Frequentemente assintomático até surgirem metástases ganglionares cervicais, despertando atenção. Pode cursar com febre obscura, cefaléia, epistaxe, obstrução nasal, perda ponderal e hipoacusia. Diagnóstico é confirmado com PAAF de linfonodos cervicais e biópsia do tumor primário ou linfonodo metastático, geralmente em estágio avançado. O tratamento baseia-se em radioterapia e cirurgia e, nos casos avançados, quimioterapia concomitante. Diagnósticos diferenciais incluem adenopatias inflamatórias e infecciosas e malformações linfáticas e vasculares.
CONCLUSÃO Hipertrofia adenoideana está frequentemente associada à linfadenopatia cervical em crianças, dificultando o diagnóstico de carcinoma. Apesar de raro, deve ser suspeitado diante de massa cervical refratária à antibioticoterapia para tratamento precoce.

 

Responsável
LIVIA HONORATO COSTA FIRME


Palavras-chave:

Tuberculose pleural: diagnóstico precoce pode evitar sequelas

Santos, L.P.B.; Navi, N.P.; Lombardi, P.I.M.L.; Tavares, S.R.; Arbex, M.B.B.A.; Simoes, P.F.; Guerra, I.P.; Soares, M.V.; Soares, V.K.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p109, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: O derrame pleural (DP) consiste em acúmulo de líquido na cavidade pleural e está presente em várias doenças.
OBJETIVO: Relatar um caso de tuberculose pleural realçando a importância de se pesquisar a etiologia tuberculosa como causa de DP, visto que as localizações mais frequentes de tuberculose (TB) extrapulmonar são: gânglios periféricos, pleura, ossos e meninges.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente, sexo masculino, 14 anos, com história de internação prévia há 45 dias por pneumonia e DP, à época submetido à antibioticoterapia e drenagem pleural com melhora clínico-radiológica. Após 15 dias da alta, na revisão ambulatorial, foi novamente detectado DP à radiografia de tórax, sendo encaminhado ao HUAP. Paciente em bom estado geral, corado e afebril. Tórax atípico, expansibilidade e frêmito diminuídos à esquerda, submacicez e murmúrio vesicular abolido em 2/3 inferiores do hemitórax esquerdo. Evoluiu com piora clínica, sendo necessária nova drenagem. Líquido pleural de aspecto purulento, proteína 6g/dL, glicose 8mg/dL, desidrogenase lática 1796 U/L, celularidade e pH prejudicados devido viscosidade da amostra, pesquisa direta negativa para germes comuns e positiva para bacilo álcool ácido resistente (BAAR). Iniciado esquema RIPE com boa resposta clínica, porém radiografia de tórax com espessamento pleural maior que 1 centímetro.
RESULTADOS: Existem várias causas de DP, sendo a infecciosa a mais prevalente na infância e adolescência. A investigação de TB pleural inclui: exame do líquido pleural com citologia, bioquímica, pesquisa direta e cultura para BAAR, dosagem de adenosina deaminase e biópsia pleural.
CONCLUSÃO Diante da grande prevalência de TB em nosso país faz-se necessário pensar nesta doença como causa de DP, especialmente quando há dissociação clínico radiológica, ausência de resposta ao tratamento com antibióticos para germes comuns, evolução arrastada, além de exames laboratoriais sugestivos. Assim, o tratamento é iniciado precocemente reduzindo o risco de sequelas

 

Responsável
PEDRO IVO DE MOURA LEITE LOMBARDI


Palavras-chave: